Ao passo em que os celulares, tablets e computadores agilizam o acesso a transações financeiras, especialista alerta sobre o uso consciente do dinheiro e do crédito.
No ano passado, segundo dados da Federação Brasileira de Bancos - Febraban - e a Deloitte Consulting, já era nítida a consolidação do uso dos canais digitais no setor bancário, com destaque para o grande crescimento do mobile banking, que registrou 11,2 bilhões de transações bancárias, o que representou um crescimento de 138% em relação a 2014. Com isso, o volume de transações realizadas via mobile cresceu mais de 100 vezes desde 2011, quando foram realizadas cerca de 100 milhões de operações por este canal.
Comportamento - Há quase 100 anos os cartões de crédito foram os primeiros a começarem essa revolução financeira, - mudando o comportamento do consumidor -, ao substituírem o uso das cédulas. Compactos, além de garantirem segurança aos usuários, oferecem diversos benefícios, como troca de pontos por produtos e passagens aéreas.
O tempo continua passando e o avanço tecnológico vem transformando o dinheiro em um conceito ainda mais virtual. Atualmente, de acordo com os dados do MMA Mobile Report Brasil 2016, 4 em 10 usuários já efetuam compras via aplicativos, sejam para aquisição de roupas, taxis e ingressos. O estudo foi realizado com 1.200 homens e mulheres de 14 a 55 anos que possuem um aparelho celular ou tablet com acesso à internet.
A informação mais recente, que poderá mudar novamente o comportamento do consumidor, fica por conta do pagamento móvel. Conforme levantamento realizado pela IEEE - Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos-, o dinheiro vivo deve ser substituído pelo pagamento através de dispositivos móveis até 2030. A pesquisa, feita com 1.900 entusiastas da tecnologia, revela que 70% dos entrevistados acreditam que o dinheiro vivo deve ser extinto ao longo dos próximos anos.
Com a tecnologia transformando o hábito da população, fica cada vez mais fácil gastar, sem literalmente o dinheiro entrar ou sair do bolso. Ele transaciona de forma digital desde que o salário entra na conta até o momento em que desaparece no pagamento da fatura do cartão de crédito.
Atendimento - A revolução digital trouxe, também, desafios que estão levando as instituições financeiras a reverem seus processos de atendimento a clientes, rumo ao CRM Digital. Com o usuário cada vez mais conectado e ávido por uma boa experiência, a meta é não perder o fio da meada, fazendo com que o cliente se sinta sempre muito bem atendido.
Para o diretor executivo da Sicredi União PR/SP, Rogerio Machado, as instituições financeiras devem se preparar para tornarem-se indispensáveis no dia a dia das pessoas, posicionando-se para atender esse novo perfil, que aderiu a compras online ou que pagam todas as contas com cartão de crédito. "Nesse cenário, a organização e o planejamento do orçamento é imprescindível. Então, para se adequar a agilidade das transações online, é importante que o cliente esteja vinculado a uma instituição financeira que encare o crédito de uma forma particular. Que respeite a realidade do cliente e que perceba o que ele realmente precisa naquele momento".
O diretor aproveita para esclarecer sobre as diretrizes de uma cooperativa de crédito. "A Sicredi é uma instituição cooperativa, que tem como modelo de negócios a educação financeira das pessoas e no desenvolvimento sustentável das comunidades. Desta forma, se as transações financeiras digitais evoluem e passam a fazer parte da rotina das pessoas, nosso papel também é ser viável, se adaptar e evoluir, tudo na mesma medida", afirma Machado. "Quando um associado precisa pagar um boleto, que ele acesse o mobile e realize a transação. Mas se o mesmo associado quiser saber onde e como investir, de acordo com o seu perfil, ele quer ter a confiança de que a instituição está de portas abertas, para ouvi-lo e ajudá-lo, sem pressa nenhuma", acrescenta Wellington Ferreira, presidente da Sicredi União PR/SP.
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