Tenho recebido alguns e-mails oferecendo cursos presenciais com doutores em políticas com intuito de preparar os candidatos para um ano atípico eleitoralmente falando.

Segundo as informações constantes desses releases, as próximas eleições municipais serão as primeiras a serem realizadas após o agravamento da crise de credibilidade dos políticos. Principalmente, depois do maior vexame da história parlamentar que foi aquela votação pela aprovação de um golpe se utilizando de linguagem chula e brega.

Por outro lado, os pré-candidatos devem ficar atento às novas regras da Legislação Eleitoral, que proíbe recursos de empresas; como também o menor período da campanha e o tempo dos programas de rádio e televisão. Para a população como um todo parece excelente que reduz não só o tempo dessa poluição sonora e de panfletagem, como também dos discursos mentirosos e evasivos, que pouco contribuem para conquistar eleitores.

Portanto, a preparação daqueles que pretendem se eleger participando de seminário para "melhor estruturar e definir estratégias e táticas de campanhas eleitorais para prefeito e para vereador em um ambiente político inusitado e diante nova regras eleitorais", fica uma dica: o investimento é alto. Espera-se que as promessas desses releases não sejam como as promessas dos candidatos.

Espera-se também que a Justiça Eleitoral deva fiscalizar a proibição de dinheiro de empresas, que "até as últimas eleições foram uma das principais fontes de financiamento de campanhas eleitorais" que acabou culminando em prisões de empresários e políticos.

Entre as maiores dúvidas estão às relacionadas aos últimos escândalos.

"Até que ponto a prisão de empresários, dirigentes partidários e políticos vão afastar os eleitores das urnas ou, ao contrário, despertar seu interesse nessas eleições com clima bem avesso aos políticos e governantes"? Pelo menos no afã das emoções dos últimos dias, muitos eleitores já declararam que não votarão em golpistas ou naqueles que apoiaram o golpe.

"De que forma as siglas partidárias envolvidas nesses escândalos precisarão desenvolver estratégias para superar essa mancha negativa em torno dessas siglas"? Geralmente, vereadores e prefeitos recebem apoio de deputados e senadores em suas campanhas, mas como superar a imagem negativa desses deputados e senadores envolvidos nesses escândalos, inclusive na Lava Jato.

Esta é a questão final: "de que forma os candidatos poderão construir suas campanha dentro dessa nova realidade legal e política"? O país se dividiu em golpistas e não golpistas quando o assunto é Congresso Nacional, portanto, qual o impacto trazendo esses tipos de parlamentares para suas campanhas!

Como podem perceber, esse tipo de seminário promete!

(Foto: Reprodução/Web)