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Jorge Antonio de Queiroz e Silva é historiador, palestrante, professor Por Jorge Antonio de Queiroz e Silva, historiador, palestrante, professor.

Quarta-feira, 18/05/2016, 22H15


FALTA MERENDA NAS ESCOLAS ESTADUAIS

Para que o cérebro, o nosso principal órgão de aprendizagem, funcione adequadamente é necessário o fornecimento exato de energia. Pessoas bem alimentadas não têm dificuldades de raciocínio.

Mas os (as) estudantes da rede estadual de ensino do Paraná não estão ingerindo os nutrientes suficientes, pois as escolas não estão recebendo merenda suficiente neste ano. Os cardápios, na medida do possível, vêm sendo adaptados com itens do ano passado.

Para George Barbosa, Presidente do Conselho Estadual de Merenda Escolar e professor, “a agricultura familiar tem prejuízo econômico e moral”Esse quadro melancólico é vivido pelas 2,1 mil escolas e afeta 1 milhão de estudantes da rede estadual de ensino do Paraná. George Barbosa, Presidente do Conselho Estadual de Merenda Escolar e professor, esclarece:

A incompetência administrativa da Secretaria de Estado da Educação (SEED) faz com que um dos melhores programas do Brasil, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que, desde a década de 50, é referência para vários países, não funcione em nosso Estado. Mas é o maior Programa do mundo. E atende 46 milhões de alunos diariamente. A SEED não planejou o começo do ano letivo referente à alimentação escolar. (...) As pessoas que administram a merenda recebem salários maiores do que os dos professores.

Enquanto isso, frutas e verduras estão se perdendo nas propriedades rurais. De acordo com Barbosa “a agricultura familiar tem prejuízo econômico e moral”.

O filé de polaca do Alasca solta muita água, tem cheiro forte e se desmancha com facilidade, de acordo com George Barbosa, Presidente do Conselho Estadual de Merenda Escolar e professorE sobre o filé de peixe servido aos (às) estudantes das escolas estaduais do Paraná, George Barbosa é enfático: “Antes tínhamos o filé de tilápia produzido no Paraná, hoje compramos filé de polaca do Alasca, mas este solta muita água, tem cheiro forte e se desmancha com facilidade.”

Já no site da Secretaria da Educação, com data 28 de abril de 2016, lê- se:

O Governo do Estado começou a entregar a segunda remessa da alimentação escolar deste ano às 2,1 mil escolas, que atendem mais de um milhão de estudantes da rede pública estadual. Por ano, são entregues cerca de 30 mil toneladas de alimentos. Neste ano, está sendo feita nova licitação para os produtos adquiridos dos agricultores familiares (como frutas, verduras, hortaliças e legumes). Para evitar falta de produtos e dificuldades na composição da merenda, a Secretaria de Estado da Educação depositou cota extra nas contas das unidades escolares. Mesmo assim, algumas escolas tiveram dificuldade em acessar os recursos, devido à necessidade de atualização cadastral no Banco do Brasil. Como houve 55% de renovação no número de diretores nas eleições do ano passado, esses novos gestores precisam fazer cadastro no Banco para poder movimentar a conta. A Secretaria cobrou agilidade das agências bancárias e esta semana o problema está sendo normalizado. ‘Nos reunimos com representantes do Banco do Brasil na semana passada pra cobrar soluções rápidas', disse a secretária de Estado da Educação, professora Ana Seres. Segundo a secretária, o dinheiro está na conta das escolas e os gestores precisam ter acesso a esses recursos o mais rápido possível.

Independentemente dos argumentos do governo, trabalho em duas escolas e até o presente momento não chegou merenda suficiente. Colegas de outras escolas também têm reclamado da falta de merenda. George Barbosa reforça: “A merenda chegou, mas é pouca. Faltam muitos itens.”

Essa situação é grave. As crianças e adolescentes não estão ingerindo os nutrientes suficientes para o regular funcionamento do cérebro, o que prejudica a capacidade de aprendizagem e raciocínio.



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