Padre Antônio Vieira era português, de Lisboa, do ano 1608, mas com seis anos de idade veio para Salvador-BA, com a família, onde faleceu em 1697.
O livro pode ser adquirido na Livraria do Chain
Era um sujeito que defendia o valor cristão e arredio às condutas que não levassem em conta os ensinamentos cristãos. Escreveu 200 sermões, além de aproximadamente 500 cartas e profecias reunidas no livro Chave dos Profetas , não concluído.
Em o Sermão de Santo Antônio aos Peixes , menciona Santo Antônio, que, de acordo com a lenda, teria pregado à plateia de peixes. No decorrer do sermão, Vieira usa da metáfora (uso de palavra em sentido figurado), uma figura de linguagem: os peixes funcionam como metáfora dos seres humanos, aos quais se congregam por causa dos comportamentos análogos.
Esse Sermão foi pregado, em 1654, aos indivíduos do Maranhão, terra de José Sarney, ex-presidente do Brasil. Vieira combateu, veementemente, a corrupção maranhense. Leiamos parte da obra:
Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores dizem uma cousa e fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores se pregam a si e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda mal!
Ao combater a corrupção, os cristãos agem de modo semelhante à ação do sal na terra, porém a conduta dos maranhenses da época contrapõe a realidade espiritual simbolizada pelo Padre Antônio Vieira.
Ao final do sermão, o sacerdote se desvencilha da metáfora que aproxima seres humanos e peixes para tratar da realidade do Brasil. Ele condena o apego demasiado aos bens materiais, ao exagero aos próprios interesses a despeito dos de outros.
Foto: Livreiro e hisoriador Aramis Chain
Aramis Chain, livreiro e historiador, comenta à luz da contemporaneidade a pregação do religioso jesuíta:
O Brasil já vem apontado como corrupto pelo Padre Antônio Vieira desde 1654. Precisamos desatar os nós. Somos nós os nós.
(...) A continuidade de um Congresso nacional lesivo a pátria foi se sucedendo, com raros períodos nativistas dos presidentes Getúlio Vargas e Castelo Branco, que, possivelmente, foi assassinado porque era patriota. Portanto, torna-se difícil ver o Brasil liberto de tantas ratazanas e a possibilidade de que centros educacionais, as famílias, e culturais, as escolas, dirigirem seu norte para formar o cidadão, conforme Olavo Bilac disse para nós: ‘Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!'
Colega e amigo Chain, a mobilização da sociedade civil a favor de uma reforma política urgente e a mídia expondo a corrupção contribuirão, certamente, com transformações relevantes em nosso país. Não é mais possível aceitar, por exemplo, o sistema de coalização brasileiro, no qual partidos com ideologias contraditórias se unem para a governabilidade, o que estimula a corrupção.
O livro Sermão de Santo Antônio aos Peixes, do Padre Antônio Vieira, editado pela Editora Chain, 2016, pode ser adquirido na Livraria do Chain, rua General Carneiro, 441, Curitiba. Anote o telefone: (41) 3264-3484.
P.S. Chain educa: “Você, estudante ou profissional, está diante de uma lata de cerveja, uma carteira de cigarro e um livro. Todos do mesmo valor. A pergunta é: Qual dos três você compra? E qual é o amaldiçoado porque é caro?
O exemplar do
Sermão de Santo Antônio aos Peixes,
do Padre Antônio Vieira, custa R$ 7,00. E seu compromisso com a cultura como fica?”.