O governo federal defende, com unhas e dentes, a reforma da Previdência. Esta, com certeza, não incomodará Michel Temer, ExcelentÃssimo Senhor Presidente interino da República, que desde os 55 anos de idade, ano 1996, é aposentado como procurador do Estado de São Paulo. Entra na sua conta todo mês R$ 9.300,00, bem acima do salário médio do brasileiro, que de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e EstatÃstica (IBGE) não passa de R$ 1.725,00.
Tem muita gente insatisfeita com a proposta da reforma da Previdência, cuja meta é equilibrar contas com projeções de aposentadorias. Por exemplo, proposta de idade mÃnima de 65 anos para a aposentadoria, para ambos os sexos, irá prejudicar quem começou bem cedo a trabalhar.
Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, quer mexer também em direitos adquiridos ao propor que a reforma atinja os trabalhadores ativos. Os sindicatos discordam de Meirelles.
É certo que a população brasileira está vivendo mais, 75,2 anos em média, mas o rombo da previdência não foi criado pelos sujeitos sociais.
A reforma deve, sim, começar com medidas administrativas austeras por parte do próprio governo. Por que não se faz apurações minuciosas em benefÃcios irregulares? Por que não se cobra dÃvidas de empresas? Por que não se acaba com as desonerações? Por que não se coloca um ponto final nas mordomias polÃticas?
Indico aos (à s) brasileiros (as), inclusive à s pessoas que atuam nos Três Poderes, a leitura do livro Um paÃs sem excelências e mordomias , Geração Editorial, da jornalista Claudia Walin, que aborda o modelo polÃtico da Suécia, um paÃs da penÃnsula escandinava.
Enquanto os polÃticos brasileiros gozam de imensuráveis privilégios, os polÃticos suecos andam de bicicleta, ônibus, a pé. Não têm assessores, carro oficial e nem tampouco motorista. Vivem em residências comuns, sem luxo. Além de lavar, ministros e deputados passam as suas roupas. E os vereadores não recebem salários.