Trabalhadores brasileiros ameaçados

São as tão propaladas “reformas estruturantes”, que, se forem aprovadas como quer Temer e aliados neoliberais, os bolsos dos sujeitos sociais serão, literalmente, saqueados.

A Reforma da Previdência e, principalmente, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com respaldo da maioria dos empresários do País, estão mexendo com os ânimos dos sindicalistas.

De acordo com Wilson Fernandes, presidente da 2. a Região do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, a flexibilização das leis trabalhistas tirará direitos dos (das) trabalhadores (as):

Os direitos foram se consolidando, por isso chamamos de Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e de repente, num momento de dificuldade econômica, você pode pôr tudo isso a perder.

(...) Acho que a terceirização precisa, sim, ser regulamentada. Mas entendo que o que deva ser regulamentado é a terceirização da atividade-meio, basicamente. Terceirizar a atividade-fim significa, nesse aspecto, precarização de direitos.

Cida Trajano, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Vestuário da CUT (CNTRV), ataca:

Propostas como a flexibilização dos direitos trabalhistas e a predominância do negociado sobre o legislado, ambas com forte apoio do governo ilegítimo de Michel Temer, atingem em cheio os trabalhadores do setor vestuário. Somos um dos setores com forte índice de trabalho precário e a Justiça do Trabalho é a única esperança para a resolução de muitos conflitos. Se não houver direitos, não haverá o que reclamar.

Em vez de priorizar as reformas tributária, política e partidária, que, a meu ver, são os verdadeiros motivos da corrupção sistêmica e atrasos brasileiros, o governo prefere esfolar a população. Esta reagirá.

Aliás, movimentos trabalhistas já organizaram manifestações nacionais para 22 de setembro em repúdio às tentativas de retiradas de direitos trabalhistas pelo Governo Federal. E, para o dia 29, os metalúrgicos prometem uma paralisação nacional contra as propostas de reformas.

Jorge Antonio de Queiroz e Silva é historiador, palestrante, professor.